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Notícias

3 de Fevereiro de 2021

António Neves Anacleto, um homem que se identificou com a causa dos trabalhadores

Este mês, o nosso Arquivo, destaca o registo de batismo de António Neves Anacleto, registado sob o n.º 56, batizado no dia 28 de fevereiro de 1897 e nascido no dia 8 do mesmo mês e ano, na Amorosa, aldeia da freguesia de São Bartolomeu de Messines, concelho de Silves. Filho de Francisco Anacleto e Ana da Conceição, criado no seio de uma família de poucos recursos e que vivia com grandes dificuldades, Neves Anacleto, ainda assim, lutou pelo objetivo de aprender a ler e, concluída a instrução primária, empenhou-se no movimento em prol do descanso semanal e da regulamentação do horário de trabalho para o comércio, participando e intervindo em reuniões da Associação dos Empregadores do Comércio de Faro. Logo que foi instituído o regime do horário de trabalho, recomeçou com os estudos que tinham ficado em suspenso durante os anos em que trabalhou. Fez o exame do 2.º grau, o exame de admissão à Escola Normal, prosseguiu os seus estudos e, por ter intervindo na preparação de uma greve geral ordenada pela União Operária Nacional, foi preso. Ainda na condição de detido, fez o exame do 3.º ano do liceu, concluiu o liceu e matriculou-se na Faculdade de Direito de Lisboa. Em 1927, conclui a licenciatura em Direito.

Dirigiu o jornal “A Ideia” e o semanário “Alma Algarvia”, sendo que, neste último, foi notório o seu desagrado à ditadura, tendo conseguido colocar por baixo do título do semanário, a inscrição “Este jornal não defende a ditatura”.

Integrou-se no movimento anarco-sindicalista, tendo sido um dos fundadores do Partido Comunista Português.

Devido aos seus ideais políticos, foi perseguido pela polícia do Estado Novo, chegando a ser preso diversas vezes.

Foi convidado por Francisco Sá Carneiro para ser deputado do Partido Popular Democrático na Assembleia da República, tendo iniciado o seu mandato em 1978.

Faleceu em 25 de fevereiro de 1990, na freguesia do Lumiar, concelho de Lisboa.

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O referido documento integra o fundo documental da Paróquia de São Bartolomeu (São Bartolomeu de Messines)

Cotas: PT-ADFAR-PRQ-SLV05-001-00063_M0027 | PT-ADFAR-PRQ-SLV05-001-00063_M0028

 

 

 

 

 

 

 

Fonte:  livro “Notáveis Messinenses – Vivências e Contributos”, Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines, 2009.

Esta notícia foi publicada em 3 de Fevereiro de 2021 e foi arquivada em: Documento em Destaque.