2 de Outubro de 2020
Francisco Fernandes Lopes (1884-1969)
O Arquivo Distrital de Faro destaca, como documento do mês de outubro, o registo de batismo de Francisco Fernandes Lopes, ilustre olhanense, médico de profissão e figura relevante no contexto cultural português da primeira metade do século XX.
Francisco Fernandes Lopes, nasceu em Olhão a 27 de outubro de 1884, filho de Francisco Fernandes Lopes, natural de Quelfes, negociante de peixe, e de Ana do Rosário, natural de Olhão, doméstica. Casou com Raquel Pousão do Ó Ramos em 1915. Viria a falecer em Lisboa, a 6 de junho de 1966, com 80 anos de idade (Reg. nº 251, 1884).
Estudou em Olhão e no Liceu de Faro. Ingressa na Faculdade de Medicina de Lisboa onde concluiu o curso em 1911 e o Doutoramento em 1916. Apesar de diversos convites para se estabelecer em Lisboa, prefere voltar para Olhão, onde viveu praticamente toda a vida e onde desenvolveu grande parte dos seus estudos e diferentes atividades.
Com uma variadíssima produção bibliográfica, os seus escritos, publicados em diversas publicações nacionais e estrangeiras, versaram sobre os mais variados assuntos. Dedicou a sua vida à divulgação e promoção do património cultural e histórico de Olhão. Foi compositor, estudioso de música, filosofia e de arte. Desempenhou um papel relevante na historiografia dos descobrimentos e dedicou uma especial atenção à figura do Infante D. Henrique.
Foi professor em diferentes escolas do Algarve, onde lecionou diversas disciplinas devido à sua enorme cultura e conhecimentos. Republicano convicto, intelectual multifacetado, possuidor de um vasto saber enciclopédico, a sua obra ultrapassou as fronteiras locais e regionais. Foi um cidadão participativo na vida cultural e política de Olhão, tendo desempenhado diferentes cargos públicos. Empenhado em elevar culturalmente a vila olhanense, promoveu diversos eventos de divulgação etnográfica, arquitetónica e histórica da vila de Olhão.
Bibliografia:
FIDALGO, Andreia – Francisco Fernandes Lopes : historiador do Algarve. Olhão : Sul, Sol e Sal, 2016. 177 p..
929(469.6) FID / ADFAR